O Apóstolo que ouviu o pulsar do Sagrado Coração de Jesus

Ir. Elen Coelho,EP
Na última Ceia quando Jesus manifestou o extremo limite de seu amor misericordioso à humanidade, instituindo a Sagrada Eucaristia, São João Evangelista teve a insigne graça de reclinar a cabeça sobre o peito de Jesus. Neste momento, quais terão sido os mistérios insondáveis do Coração Divino revelados ao Apostolo amado? No episódio mais pungente da vida do Salvador, quando Ele se vê traído por um dos seus, o que não terá sido o pulsar daquele Coração todo feito de chamas de amor? O que terão sido suas palavras? Qual terá sido o timbre de sua voz? Qual não terá sido o olhar de reprovação, mas ao mesmo tempo de certa compaixão de Nosso Senhor ao traidor para que este ainda viesse a se converter? Estas são certas interrogações que somente na eternidade conheceremos as respostas se assim a misericórdia de Deus no-las conceder.
Entretanto, tudo leva a crer que esse momento foi marcante na vida de São João, e que esta graça o acompanhou por todas as provações que lhe sobrevieram. A primeira prova disto foi sua fidelidade durante a Paixão do Senhor. Quem sabe o Divino Mestre não lhe tenha revelado as dores, as angústias, os tormentos, as injúrias, as ingratidões que seu Divino coração sofreria durante o sacrifício da cruz? Que relação há, quando na última Ceia, ele se reclinou sobre o Coração do Senhor, e o fato de ter sido o mesmo apóstolo que assistiu a lança transpassar o Coração de Jesus saindo sangue e água? Aquele mesmo Coração que São João ouviu pulsar com todo calor no dia anterior, foi visto por ele ser perfurado até derramar a última gota de sangue...
Talvez tenha sido seu maior sofrimento, pois aquele coração que tanto o amara, agora se encontrava inerte e sem vida. Foi então que seus olhos se voltaram para outro Coração, reflexo daquele que ouvira pulsar: o Imaculado Coração de Maria! Tendo ouvido as palavras do Senhor: “Meu filho, eis aí tua Mãe”, compreendeu que Ela seria o seu sustento quando Jesus expirasse na Cruz. Que tesouro recebeu do Salvador o Apóstolo amado! O que não terá sido o transbordamento de afeto d’Ela em relação ao filho tão querido de seu próprio Filho? Quais não foram as graças recebidas por São João nestes quinze anos de intenso convívio com a Mãe do Senhor? A Santíssima Virgem o modelou segundo o seu Coração, de tal forma que aquele que era conhecido como “filho do trovão” passou para a História como o “Apóstolo do amor”.
Constata-se isto através de seus escritos, todo feito de ardente amor a Deus e ao próximo. Muitas vezes chama seus destinatários de “Meus filhinhos”, e incute neles, a todo o momento, o amor de Deus e ao próximo, e prova o quanto Deus nos ama. E quando partia para a prisão, repetia com insistência aos seus seguidores: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros!”
Este Apóstolo compreendeu o que é a verdadeira caridade, e levou até as últimas consequências a experiência mística recebida na Santa Ceia quando reclinou a cabeça sobre o Divino Coração, e pôde sentir até onde vai o amor do Senhor Jesus por suas criaturas.

Bem podemos concluir pedindo a intercessão dele para que os nossos corações também sejam incendiados deste fogo do amor a Deus.

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