Os animais podem ter visões?

Mary Teresa MacIsaac
A Princesa Eugênia von der Leyen1, a famosa vidente das almas do purgatório, entrou, como sempre, na Igreja para assistir à Santa Missa. Vendo uma senhora sentada em um dos bancos, decidiu sentar-se atrás dela. Entretanto, coisa estranha, outra senhora veio e sentou-se no mesmo lugar, em cima dela. A princesa logo deu-se conta de que a primeira era apenas uma alma, pois era patente que não tinha sido vista pela que chegara depois. Terminada a missa, fez uma curta prece e saiu da igreja pela porta central. Ao passar por um cercado de galinhas, viu a mesma senhora - ou seja, a alma — entrando lá. Qual não foi sua surpresa ao ver que todas as galinhas se espantaram, batendo as asas, dando licença para a alma passar! Ela pensou: “Será então que não sou a única a ver as almas?”
Ao chegar a casa, encontrou-se com outra alma, já conhecida sua, chamada Fritz. Era um senhor que já estava numa esfera superior do purgatório e por isso não a assustava mais. Contudo, o cachorro dela começou a ladrar fortemente e agarrava com a boca sua saia, não permitindo que a princesa passasse. Sentiu-se consolada sobremaneira, afinal, não era a única que via as almas, mas tinha os animais por companheiros. Por que será?

Se Adão e Eva não tivessem pecado, o contato deles e de seus descendentes com a esfera sobrenatural seria comum e corrente no Paraíso. O testemunho desta nobre alemã mostra ser real este privilégio, visto que os animais não sofreram as consequências do pecado original, perdendo sua integridade. Por mais que não possuam alma, veem o mundo visível tanto quanto o invisível. É célebre o fato de um cachorro que não passava pelos últimos degraus da escada numa casa paroquial, pois ali, por diversas vezes, houvera aparições de almas. O cão acompanhava o pároco onde quer que fosse, exceto nessa escada.

1 Leyer, Eugenia von der.Conversando com as almas do Purgatório. São Paulo: Ave Maria, 1994

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