O início dessa tradição remonta ao
século IV e tem estreita vinculação com a Quaresma. Nessa época era proibido o
consumo de ovos durante o período penitencial de quarenta dias. Desse modo,
acumulava-se uma grande quantidade deles nas despensas familiares. Para evitar
o desperdício, eles eram dados à criançada.
Assim, a partir da Quinta-Feira Santa
as crianças, precedidas pelos coroinhas da Paróquia, começavam a coletá-los de
casa em casa. E no domingo de Páscoa eram transformados em omeletes e
saboreados por toda a população.
No século XII
existia já, em numerosos países da Europa, o costume de os fiéis se
presentearem mutuamente, no dia de Páscoa, com ovos naturais bentos na igreja.
Aderindo a esse
costume popular, os nobres e personalidades importantes o enriqueceram de uma
característica cultural: os ovos passaram a ser ornados com cenas pintadas, não
poucas vezes, por futuras celebridades do mundo artístico.
Por volta do século
XVI, surgiu mais um aperfeiçoamento. Alguém teve a idéia de furar o ovo, e
substituir seu conteúdo natural por uma “surpresa”, a qual, conforme a categoria
da pessoa presenteada, poderia ser constituída de perfume, minúsculos objetos
decorativos ou até mesmo jóias. No século XVIII, o Rei Luís XIV mandava benzer
no dia de Páscoa grandes cestas de ovos dourados, que ele distribuía depois ao
pessoal da Corte. Por essa mesma época, passou-se a esvaziar os ovos naturais
para recheá- los de chocolate.
Atualmente, os ovos
de Páscoa são de chocolate, de marzipã ou de uma mistura dos mais diversos
ingredientes, e fazem a alegria de crianças... e adultos de todo o mundo.
À riqueza do material — ouro, platina,
safiras, esmeraldas, rubis, diamantes, cristais — o joalheiro juntava sua
apurada técnica de esmaltar e, sobretudo, seu grande senso artístico. Cada peça
é uma autêntica obra de arte, própria a provocar um regalo não só para os
olhos, mas, sobretudo, para a alma.
Nessa matéria, o
auge do requinte foi atingido na Rússia de fins do século XIX. Por ocasião da
Páscoa de 1885, o czar Alexandre III decidiu oferecer à czarina — não um
simples ovo natural, embora com artísticos desenhos — mas uma peça toda feita
de ouro e ornamentada na mesma proporção de riqueza.
A execução foi
encomendada ao melhor joalheiro de São Petersburgo: Peter Karl Fabergé. E no
domingo da Ressurreição, a czarina recebeu das mãos de seu imperial esposo uma
joia de fascinante beleza, confeccionada em ouro, prata, esmalte e rubis.
A partir daí, todo ano o czar fazia
nova encomenda e Fabergé se esmerava em superar a do ano anterior. Desse modo
formou-se a fabulosa coleção de 56 ovos de Páscoa, famosa no mundo inteiro.
Agrada constatar como o costume dos
ovos de Páscoa — nascido, dentro da Santa Igreja, de uma banal necessidade doméstica
— adquiriu uma conotação religiosa, espalhou-se pelo mundo e atingiu por fim
esse requinte de arte e civilização.
E para comemorar com mais alegria e entusiasmo essa
data, foi realizado no centro Juvenil do Projeto Futuro e Vida um animado caça
aos ovos, de pais contra filhos, mostrando assim para ambos os grupos a
importância da união e do trabalho em equipe e dando um entusiasmo não só para
o corpo mais, sobretudo para a alma com saborosos chocolates.
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Dia abençoado por nossa Senhora!